Cheguei terça de manhã, e enquanto me dirigia a Thieffry, estação de metro da casa dela, entre trocar de autocarros e metros, ouvi logo falar português. Português e muitas outras línguas – imensos imigrantes naquela cidade!
Para pedir indicações, tomei conta de que o meu francês estava muito esquecido, então perguntava sempre “Do you speek english?”, e quando um segurança me respondeu “Seulement Français ou italien”, fiquei contente de ter outra opção com que me conseguia safar :D E da vez em que uma senhora não me deu outra hipótese senão o francês, lá consegui formular um “Où è il metro?”, sem me lembrar porém de que não ia perceber nada da resposta… lol
Chegada a casa da Stella, metemos a conversa em dia durante um café com leite e torradas, para logo depois sairmos para começar a visita guiada por Bruxelas.
Entre muita conversa, vimos o Cinquentenaire, a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu.
Regressámos a casa, onde jantámos, e depois saímos de bicicleta para eu ir provar as célebres cervejas belgas ao Taverni. Duvel, Kwak, Kriek de sabores… são MESMO boas!
No dia seguinte, novo passeio. Começámos por ir à universidade, que gostei imenso, já que todas as faculdades estão juntas num mesmo Campus e os estudantes dos vários cursos podem partilhar os espaços comuns.
Breve ida ao departamento de Erasmus para finalizar o Learning Agreement e carimbar os últimos papéis. “C’est finit”, diz o coordenador. E tal como este, houve uma série de episódios que me meteu impressão, no sentido em que apanhei os últimos dias da estadia delas em Erasmus, quase quase de regresso, e houve coisas tristes deste género a que assisti, designadamente deixar de comprar comida para se acabar com as últimas coisas que ainda estão no frigorífico, receber a caução da senhoria, fazer as malas, descolar os postais e fotografias da parede do quarto… e depois os inevitáveis abraços apertados e as lágrimas de despedida… Ainda está longe, mas quando chegar o meu dia de fazer tudo isso também vai doer.
O passeio prosseguiu. Fomos ao Atomium (representação de um átomo de ferro ampliado 165.000 milhões de vezes, construído no contexto da Expo 58), à Grand Place (das praças mais bonitas que já vi), ao Manneken Pis (a famosa estátua do menino de bronze a urinar, cujas histórias em relação à sua origem divergem. Julgava-o maior! Tem apenas 30cm…), à Janneken Pis, e à famosa catedral. Mas o que mais gostei mesmo foi a arquitectura: são poucos os prédios altos, é quase tudo casinhas muito típicas e tão queridas!
Jantar de despedida, e depois seguimos para um bar de Salsa, Monte Cristo, onde pude ver que a Stella está a dançar muito bem. Eu também ainda dancei com uns 5 parceiros (que desenvergonhada!). Quando eles me convidavam para dançar, eu bem dizia que só sabia o básico, mas eles insistiam em ensinar-me…
Quando fechou fomos tomar um copo no Delirium, o bar mais famoso de Bruxelas, com mais de 200 tipos de cervejas diferentes, e lugar no livro do Guiness! Copo esse que se estendeu pelo resto da noite, até à hora de abertura do metro, e onde conhecemos imensa gente: belgas, italianos, ingleses… Chegadas a casa, não deu para dormir: era tempo de eu fechar a minha mochila e começar a fazer o caminho de regresso ao aeroporto Cherleroi.
Um curto período na Bélgica, mas muito bem preenchido. Para além de ter gostado de ver a minha Stellinha, e de constatar que ela está bem mais madura, levou-me a pensar que não vou voltar a ter um ano assim; um ano em que me apeteça apanhar assim um avião à maluca de Terça a Quinta-feira para ir passear a Bruxelas.
Para além disso, achei Bruxelas uma cidade muito completa para se fazer Erasmus, com um bocadinho de todos os ingredientes que acho importantes, embora muito diferente de Pisa. Para além de ser bastante cosmopolita, culturalmente é muito rica, é grande, mas apesar disso podemo-nos movimentar de bicicleta, o que a meu ver torna esta experiência bem mais especial :)